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domingo, 1 de julho de 2012

Da queda à glória: Alessandro e Chicão podem coroar ciclo com taça



No fim da noite da próxima quarta-feira, milhões de corintianos poderão comemorar o título inédito da Taça Libertadores em caso de vitória sobre o Boca Juniors, no Pacaembu. Mas para dois desses “loucos” do bando, a possibilidade de título sul-americano é ainda mais especial. Experientes, candidatos a "Capitão América" do Timão e mais velhos de casa, o lateral-direito Alessandro e o zagueiro Chicão podem alcançar a glória máxima depois de quase cinco anos no Corinthians. A chegada humilde da dupla, no fim de 2007, para a disputa da Série B, o fundo do poço da história alvinegra, contrasta com o atual momento. Os dois estão próximos de completar mais um capítulo de sucesso em sua já extensa história pelo Timão.




O técnico Tite ainda não definiu o capitão para o jogo histórico de quarta-feira, mas Chicão e Alessandro disputam a honraria com Danilo. Se um dos dois “velhos de casa” ostentar a faixa e o Timão sair campeão, será o complemento da redenção. Os dois são símbolos corintianos, que passaram por altos e baixos desde que desembarcaram no Parque São Jorge. Alessandro levantou a taça do Campeonato Brasileiro em 2011 e já conhece o gostinho. Chicão ainda não – na Copa do Brasil e Paulista de 2009 e Série B de 2008 o capitão era William, hoje aposentado.
Chicão e Alessandro chegaram praticamente juntos a um Corinthians em frangalhos, ainda tentando se recuperar do baque do rebaixamento para a segunda divisão nacional. O zagueiro foi contratado do Figueirense, e o lateral-direito veio do Santos. Ambos deixaram o conforto da Série A e abraçaram o projeto preparado pelo técnico Mano Menezes. Em pouco tempo, se tornaram homens de confiança.
- A Série B, apesar da ótima campanha, foi o inferno. O Corinthians jamais pode voltar para aquela condição, não condiz com a grandeza desse clube. Fico feliz por ter ajudado nessa reconstrução, e mais feliz ainda por estar aqui até hoje - afirmou Chicão, em entrevista recente.
Depois de roer o osso na campanha incontestável da Série B, a dupla sobreviveu à febre Ronaldo, causada com a chegada do craque no começo de 2009. Eles viveram o auge nas conquistas do primeiro semestre daquele ano, com uma defesa quase intransponível e dois títulos na conta. O ano de 2010 foi mais complicado, com a queda na Libertadores e a troca de técnico. Mano saiu para assumir a Seleção. Adilson Batista veio, não emplacou e acabou substituído por Tite.
A eliminação para o Deportes Tolima na fase preliminar da Libertadores de 2011 deu início aos problemas de Chicão e Alessandro. Àquela altura, eles começavam a quarta temporada pelo clube e foram alvos de resistência de diretores que queriam renovação no elenco. Ronaldo se aposentou, Roberto Carlos deixou o clube e um desmanche se iniciou. Do time que devolveu o Corinthians à elite em 2008, só restavam a dupla e o goleiro Julio Cesar.
A temporada 2011 não foi nada fácil. Convivendo com lesões, Alessandro jogou pouco e foi perdendo espaço para Welder, e depois Edenílson, volante improvisado na direita. Chicão atravessou uma longa má fase, foi para o banco de reservas e chegou a cogitar sua saída do clube - alegando problemas psicológicos, passou quase um mês sem ser relacionado. No entanto, a ida do antigo capitão para o banco é considerada por muitos a grande virada que Tite promoveu: naquela atitude, o técnico mostrou que ninguém jogaria com o nome e ganhou o grupo.


O título brasileiro deu sobrevida à dupla, que contou com uma pitada de sorte para estar em campo na próxima quarta-feira. Chicão foi “beneficiado” pela cirurgia de Paulo André, que foi soberano no Brasileirão de 2011, mas teve de operar o joelho. Alessandro passou a Libertadores inteira na reserva, até que Edenílson se machucou e Tite se lembrou da arma que tinha no banco. Saudável, o lateral foi bem contra Vasco, Santos e também na primeira partida da final, contra o Boca, na Bombonera. As lesões foram superadas.
- A lesão é negativa, te deixa para baixo, mas ao mesmo tempo te faz criar forças para dar a volta por cima. Em nenhum momento pensei que pudesse antecipar o término da carreira. Até o ano que vem tem muita coisa e posso ajudar muito ainda - disse o lateral.
Os dois já tiveram seus momentos de destaque na Libertadores. Alessandro conseguiu sucesso em um dos maiores desafios que teve na carreira: marcar Neymar, craque do Santos, nas semifinais da Libertadores - conseguiu ir bem nos dois jogos. Chicão voltou a jogar bem e deu solidez à zaga que só sofreu quatro gols na competição sul-americana. Perto de mais um título, os “velhos de casa” já não se sentem tão velhos assim. Chicão, 31 anos, e Alessandro, 33, querem pelo menos mais uma temporada pela equipe. Se a taça vier, serão atendidos com prazer pela diretoria corintiana





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